19.3.10

O resgate dramático do estudante que morreu afogado


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EUNÁPOLIS - O drama da família do estudante Alex Doglas Lagos, 16 anos, que morreu afogado em uma lagoa, trouxe à tona um velho problema de Eunápolis: A falta de uma Brigada de Bombeiros Militar.

Foto: RADAR64 
Dona Maria d'Ajuda, mãe adotiva de Alex
Sempre que ocorre alguma fatalidade, a população fica apreensiva, pois não tem a quem recorrer. 'É uma vergonha uma cidade deste porte não ter um corpo de bombeiros. O menino afogado aí desde ontem. A mãe, todo mundo sofrendo', desabafa dona Rose Maia, amiga da família.

E nesta hora é preciso contar com a solidariedade da própria comunidade. Durante todo o dia populares arriscaram a vida para tentar resgatar o corpo do jovem.

Eles mergulharam na água, cuja profundidade média é quatro metros, e improvisaram cordas. Picaretas foram usadas para abrir uma vala. O objetivo era escoar a água e baixar o nível da lagoa. Uma missão muito difícil.

'É intenção é tirar a água, para ver se acha o corpo mais rápido. O trabalho é difícil, mesmo assim o nível baixou quase um metro', contou o voluntário Wildson Oliveira dos Santos.

Enquanto isso, o sofrimento de dona Maria d'Ajuda, 59 anos, mãe adotiva de Alex, só aumentava, tendo que ver o corpo de quem tanto amava debaixo d'água.

'Ele era meu companheiro, quem me ajudava nas horas mais difíceis. Vou sentir muita falta do meu filho, que fazia tudo por mim. Agora estou sozinha', emociona-se à beira da lagoa.

A secretária de Infra-Estrutura do município enviou uma retro escavadeira pra abrir outra vala e esvaziar a lagoa. A idéia também não deu certo. Seria preciso mais que isso: O trabalho de pessoas especializadas no assunto.

Foto: RADAR64
Tenente PM Emanuel, dos Bombeiros, comandou a operação
Quase 24 horas depois do acidente, finalmente chegou uma equipe do corpo de bombeiros de Porto Seguro, com o Tenente PM Emanuel, o Sargento Reubis e o Soldado Da Hora para tentar resgatar o corpo do estudante.

Os mergulhadores do 6º Grupamento de Bombeiros Militar deram início ao trabalho de resgate. Eles reviraram boa parte da lagoa, a procura do corpo. As condições não eram as ideais. O fundo de uma lagoa é um local complicado para se mergulhar.

Após duas horas, o trabalho chega ao fim. Os bombeiros conseguem retirar o corpo de Alex do fundo da lagoa. Ele agora terá um enterro digno.

'O pessoal já tinha realizado o escoamento da água, o que facilitou nosso trabalho, porque o nível diminuiu. A gente encontrou muitos obstáculos no leito, como pneus e entulhos, que estavam segurando o corpo da vítima', disse o Tenente Emanuel, que comandou o trabalho de resgate.