19.12.09

Tartarugas marinhas são resgatadas de uma rede de espera

Na manhã de quarta-feira, dia 16 de dezembro, quatro tartarugas marinhas da espécie “tartaruga-verde” (Chelonia mydas) foram retiradas, pelos voluntários da ONG PAT ECOSMAR, de uma rede de pesca na frente da praia da Arakakai, em Santa Cruz Cabrália.

O PAT tinha recebido ligações do IBAMA, da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Cruz Cabrália e de vários populares sobre a presença de tartarugas ainda vivas numa rede de espera não muito distante da praia.

Uma delas já tinha morrido por afogamento:das três tartarugas vivas, duas foram soltas na hora e a terceira, que estava desmaiada, recebeu uma massagem para expelir a água. Levada para a base do PAT em Porto Seguroa tartaruga se recuperou e foi solta algumas horas mais tarde.

Todo mundo sabe, inclusive quem coloca essas redes, que a praia do Arakakai é área de alimentação de tartarugas marinhas. Ao longo desses anos o PAT ECOSMAR já resgatou vários animais vitimas de captura (acidental e não acidental) em redes de pesca colocadas no mesmo lugar. E a mesma coisa acontece nas praias da orla norte de Cabrália, na Coroa Vermelha, na Ponta Grande, nas praias do Apagafogo e da Pitinga, no Taipe, na foz do Rio dos Frades...

As redes colocadas por pescadores, artesanais e não, são a principal causa de morte de tartarugas marinhas e de golfinhos no mundo.

A falta de consciência ambiental de quem coloca uma rede de espera no meio de uma área de alimentação de tartarugas marinhas junto a falta de fiscalização dos órgãos prepostos e a total falta de apoio e patrocínios ás Ongs que atuam na área costeira (que são formadas por voluntários) agravam ainda mais a situação no Extremo sul da Bahia.

A maioria dos quelônios marinhos que aparecem nas águas costeiras da nossa região, são da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas). Trata-se de espécie ameaçada de extinção, conforme listas nacionais (IBAMA) e internacionais (UICN).

Lembramos que o art. 29 da lei 9605/98 pune com até dois anos de cadeia quem comercializa ou consome carne e ovos de tartarugas marinhas.

É importante também ressaltar que, conforme estudo da sociedade brasileira de microbiologia, 46% das tartarugas marinhas examinadas durante uma pesquisa na Bahia apresentavam Salmonella (que causa febre tifóide).

Segundo Daniel Schnitzer, coordenador área do PAT ECOSMAR que realizou o resgate das tartarugas presas na rede, duas das quatro tartarugas retiradas da rede apresentavam sintomas de fibropapilomatose (tumores onde são usualmente encontrados agentes infecciosos como poxvirus, herpesvirus e Klebsiella).

“Assim, além de ser crime ambiental, consumir carne de tartarugas marinhas pode causar sérios prejuízos a saúde” diz Paolo, Coordenador das Equipes da campo da Ong PAT ECOSMAR (que desde 1998 têm uma autorização do Projeto TAMAR para o manejo de tartarugas marinhas).

AJUDE VOCÊ TAMBÉM: avise os voluntários do PAT ECOSMAR de desovas ou de animais que precisem de ajuda ligando para 73 / 3679.1224 (base de praia de Porto Seguro)

Fonte: Ong Pat Escomar