1.8.09

Pat Ecosmar flagra desova de espécie muito rara de tartaruga marinha

Em lugares turísticos como Porto Seguro e Trancoso já existem vários registros de tartarugas marinhas que desistiram de desovar por causa dos incômodos causados por turistas e moradores Em lugares turísticos como Porto Seguro e Trancoso já existem vários registros de tartarugas marinhas que desistiram de desovar por causa dos incômodos causados por turistas e moradores

Na noite passada uma das equipes de campo do Pat Ecosmar conseguiu flagrar uma fêmea de tartauga-de-couro (Dermochelys coriacea) durante a desova numa praia do Extremo Sul da Bahia. Trata-se de um flagrante raríssimo: com raras exceções, cada ano em toda a costa brasileira é registrada a presença de, no máximo, três a cinco fêmeas dessa espécie.

No Brasil os últimos ninhos de tartaruga-de-couro são encontrados no Espírito Santo, mas o Pat Ecosmar já registrou outras três desovas dessa espécie no Extremo Sul da Bahia. A tartaruga-de-couro é também chamada de tartaruga-gigante. Seu casco pode atingir 2m de comprimento e quando adulta pode chegar a pesar até 900kg, sendo a maior entre as tartarugas marinhas atualmente existentes no planeta.

O animal flagrado era uma fêmea de grandes dimensões, com o casco medindo 1,78m: não tinha grampos marcadores e a nadadeira posterior esquerda apresentava vestígios de uma mordida de tubarão. A tartaruga-de-couro vive em alto mar, mas fêmeas e machos se aproximam da costa durante a temporada de reprodução. É uma tartaruga carnívora, que se alimenta principalmente de lulas e águas-vivas. Por causa disso, freqüentemente confunde sacos plásticos ou celofane com águas-vivas e correm o risco de morrerem por indigestão.

Os ninhos dessa espécie são geralmente escavados ao longo da linha da maré e muitas vezes abaixo desta, o que tem como conseqüência a perda de toda a postura quando a água submerge o ninho nas chamadas "marés grandes": foi o caso também dessa postura, que teria sido coberta pela água na mesma noite se o ninho não tivesse sido transferido na hora em local seguro pela equipe do Pat Ecosmar. Conforme as listas de animais ameaçados de extinção nacionais (Ibama) e internacionais (UICN), a tartaruga-gigante é considerada uma espécie criticamente ameaçada de extinção, sendo a pesca industrial com redes e espinheis a maior causa dos óbitos. DICAS: Caso encontrar uma tartaruga marinha desovando fique por trás dela, a 2-3 metros de distância e em nenhum caso use o flash.

Em lugares turísticos como Porto Seguro e Trancoso já existem vários registros de tartarugas marinhas que desistiram de desovar por causa dos incômodos causados por turistas e moradores. Lembramos que conforme artigo 29 da lei penal 9605/98 quem "impede a procriação da fauna" ou "danifica ou modifica ninho" pode ser punido com até dois anos e meio de cadeia e multa: assim, caso precisar, acione a Policia Militar para isolar a área e para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Fonte e foto: Pat Ecosmar